aboreira scriptorium

É pretensão deste espaço, ser um depósito de ideias, tónica de pensamentos do seu autor, sobre a actualidade em geral e com especial incidência em várias Culturas, no Turismo, no Património e na Gastronomia, em Vila Nova de Poiares, na Região das Beiras/ Portugal e no Mundo. Pedro Carvalho Santos, pensou-o ... e o fez ...

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Existo - creio no meu Deus.

sábado, março 19, 2011

A Geração dos “Ensanduichados” – conflito geracional!

Eu também sou de uma geração, não Deolinda ou “rasca” mas enganada e à arrasca”- ensanduichada.

Eu sou da geração dos ensanduichados! Sou da geração dos que foram criados na ilusão de uma reforma para toda a vida, de um emprego estável e de progresso prometedor, de uma casa a pagar ao banco com a filosofia de um dia ser nossa, esquecendo a falta de mobilidade que isso acarreta. Eu sou da geração dos filhos de um 25 de Abril que por acaso até é de ’74, que apesar das grandes bandeiras da democracia já deu para verificar que da forma que foi concebido, ter sido o passo mais mal dado de toda a nossa Historia, comparável a um tal Sebastião que ainda andamos à procura e que nos fez perder a independência. Também nós teremos muito que procurar e trabalhar para corrigir as últimas quatro décadas, as asneiras, a “burla”, o conflito e mazelas geracionais que ficarão. Se estávamos no bom caminho, que duvido, estamos a criar os tais “Deolindas” que “marcados” e também enganados, serão uma geração de frustrados, de enganados com falsas esperanças de promessas que antes de o serem já o eram, … falsas e enganadoras. Hoje em Portugal, apenas as elites dominantes económico-politicas estarão bem. Essas dificilmente concordarão com a critica, pudera, … ! Mas se a geração de traz prometeu, a da frente, irá ser educada de forma a não ter. Esses, a geração dos filhos, apenas saberão que os avós tiveram. Os pais pagarão e caso o consigam, estes herdarão.
A minha geração encontra-se quiçá aflitivamente arrasca, por mil e uma maneiras. Claro que também será por ter calculado mal a vida, mas, … se somos a geração que saiu do tal Abril, da tal Democracia, da justiça social, do direito a um emprego e progressão de carreiras para toda a vida, por uma boa segurança social, por uma reforma justa aos 36 ou 40 anos de trabalho. Nós fomos enganados e se calculamos mal a vida é porque fomos induzidos em erros sucessivos de políticas enganadoras de país rico que não somos nem nunca fomos. Portugal é bonito, equilibrado, dava para viver bem, mas não é um país rico, antes um rico país, calmo para trabalhar, trabalhar muito e ter a tal produtividade.
Acontece não sei bem porquê, foi este mal gerido, mal administrado nestas últimas décadas. Resultado? Um país que não produz, que não tem recursos, vende a tal divida que se diz soberana, tem politicas de Estado rico, à grande e à Americana (apesar destes também venderem a tal divida que se diz soberana à China, quiçá esta sim realmente soberana) isto para criarmos uma classe pobre e endividada coisa de terceiro mundo, que já não estávamos habituados. Assim tenho que pensar que Chavões de Democracia e 25 de Abril, só mesmo de quem se safou, de quem se está a safar e de quem se vai safar!
Encontro nos noticiários que vejo todos os dias agora que estou a mais de 10.000 km de Portugal, personagens que bem conheço que possivelmente nunca geriram nada de seu, que nunca servirão de bons modelos aos jovens, que possuem ideias repetidas que já ninguém acredita, mas que continuam a tentar fazer passar mensagens obsoletas que lhes servem os seus intuitos. Usam a influência que ainda teem para conseguirem tudo o que lhes apetece deixando o mundo caótico e com problemas para os outros, … desde que o “seu queijo” continue na mesma! Admiram-se que cada vez mais cada um queira ir com a sua própria coragem à procura também do seu “queijo”, do seu caminho. Parafraseando Goethe este dizia que “quando não se sabe para onde se vai, nunca se vai muito longe”. Se calhar os nossos políticos andam assim, se calhar o nosso povo anda assim, este como um joguete na mão de alguns …!
Não será nos próximos 10 anos que se endireita Portugal e serão precisas algumas gerações para que se crie a estabilidade e sustentabilidade que Portugal necessita.
e assim, … a malta continua enrascada e ensanduichada, alimentando uma elite desgovernada que causa vergonha nacional para quem nasceu Luso esteja dentro ou fora desse que poderia ser um jardim atlântico de harmonia e paz social, … !