aboreira scriptorium

É pretensão deste espaço, ser um depósito de ideias, tónica de pensamentos do seu autor, sobre a actualidade em geral e com especial incidência em várias Culturas, no Turismo, no Património e na Gastronomia, em Vila Nova de Poiares, na Região das Beiras/ Portugal e no Mundo. Pedro Carvalho Santos, pensou-o ... e o fez ...

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Existo - creio no meu Deus.

segunda-feira, março 05, 2007

primeiro aniversário deste depósito de ideias e vontades ...


primeiro aniversário deste depósito de ideias e vontades ...

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Passou um ano!
Quem diria, a rapidez dos dias assemelha-se ao desfolhar de um livro que não se cansa de virar a sua página e a acordar todos os dias. É a vida que corre e a que vamos tendo o privilégio de viver, ... que nos foi dada por Deus enquanto de Sua vontade. É o “pão” que nos vai chegando dia após dia enquanto cá estivermos sempre de e por Sua vontade!
Um ano depois de brincarmos ao criar este espaço, somos a concluir que valeu a pena e que gostámos de o ter realizado! É um depósito de ideias que vamos juntando, é um desabafo neste magnifico meio de comunicação, verdadeiro símbolo de democratização e aproximação dos povos – Internet.

Para quem também teve esta ideia de fazer do mundo, um global de acesso a todos o meu bem haja.

Apenas porque um ano é sempre um ano, não o vamos deixar passar sem deixar um comentário pessoal sobre o País em que nascemos e vivemos! A Europa virá a seguir, ... o Mundo provavelmente depois, ... fica a promessa.

e se Portugal fosse um país a sério ...

Como eu gosto do meu país, mas ... e se eu vivesse num país a sério? como o é o Canadá, como o são os Estados Unidos, como o é a Áustria, como o é a Finlândia ou a Noruega e tantos outros. Tal como a França, ou Grã – Bretanha, a Alemanha ou Suíça! E tantos tantos outros que por aí há!
Julgo que temos tudo! Aliás sempre tivemos tudo para ser um país a sério! Pois é! Mas começa-me a parecer que infelizmente não somos, um país a sério! ... É pena! E porquê? Só, ou porque somos um país Latino?
Aliás os outros não me parecem melhor que nós em nada, nós somos um povo espectacular!
Sentido de Estado, pois é ...! Não é? Mas não há nos nossos Governantes ao longo das últimas três décadas esse sentido de estado!
Democracia?
Democracia é servir o país de uma forma desinteressada, sem pensar em progressão de cargos públicos, de grandes “tachadas”, de reformas que só dão para quem lá está.
E pensar que durante 30 anos, gastou-se o que se tinha e que não se tinha e ter consciência que serão as gerações vindoiras que irão pagar a factura e a doer! Pois é!
Porque é que os nossos Governantes fazem leis disparatadas ao ponto de querer que se trabalhem quarenta e muitos anos para obter uma reforma (que até já nem é por inteiro), quando para eles, fazer dois ou três mandatos chega para obterem reformas “chorudas”! É verdade. Assim dá vontade de dizer “ou há democracia ou comem todos”! Como se consegue moralizar um povo com medidas que não vêm de cima? Há que dar o exemplo, não vos parece? Se não há dinheiro para uns, também não pode haver para outros. Se não há dinheiro para as coisas básicas de um país, como há para o supérfluo? Isso é que é desenvolvimento sustentado? Isso é desenvolvimento à mercê dos interesses de cada um, e não de uma sociedade, de um país, de uma colectividade! Essa é que era a tal Sociedade Justa pensada em Abril. Assim com que direito è que vêm para a Praça Pública, para os média, dizer seja o que for? É lógico que só com uma grande “cara de pau”! Depois ninguém acredita e admiram-se que cada vez mais as pessoas se afastem deste tipo de retórica que se reflectem nos níveis de abstenção que vamos tendo nas eleições que se vão fazendo para o tal sistema democrático que os vão mantendo nos seus poderes. Os cidadãos estão simplesmente fartos de mentiras e aldrabices.

País de Cola, ... de cola nos assentos no poder. Depois é um corrupio de dança de lugares, públicos e políticos, num compadrio sem dimensão. No entanto também existem os que são sérios e capazes, poucos, mas lá se vai tendo qualquer coisa.
Egoísmo por uma sociedade justa, «eu safo-me os meus também os outros que se lixem». Pois mas esquecem-se que não vivemos isolados. Os nossos filhos brincam e sociabilizam na escola com os outros, nós convivemos todos juntos fazendo uma verdadeira “Colmeia da Vida”.
No nosso país, fruto desse mal de inveja existente, consegue-se por exemplo fazer o extraordinário de fazer “passar” uma pessoa activa e inteligente, ... por “burro” e incompetente. Tem um objectivo claro! Divide-se e deprecia-se os melhores para reinarem e governarem os piores (e entre esses não faz mal pois não fazem sombra nem mossa uns aos outros pela incompetência geral que possuem).
Há alguns anos alguém que não me consigo lembrar dizia: “num bairro de 10 casas, 9 são ricas e uma é pobre! Nenhum rico dos 9 queria ter um pobre na vizinhança, ajudá-lo-iam! – mas num bairro de 10 casas se 9 forem pobres e uma rica, coitado desse pois todos lhe pediam ajuda.”
É só uma historieta que vale pelo que vale, mas que para nós vale o pensamento de uma sociedade mais justa.
E o porquê de tantos impostos? Por vezes lembro-me da história que costumo contar aos meus filhos do Robin dos Bosques. Será que temos um país onde se vive muito mal, onde os impostos são muito altos, onde há um xerife mau que tira tudo o que temos para os que mandam e gerem, serem despesistas? Onde está a contenção de todos? Será que os políticos também não são pagos com dinheiros públicos, será que as reformas de milhares de euros não deviam ser mais modestas? E será que somos mesmo um país de “carneirada”? Será que tudo tem medo de tudo?
Será que tenho que continuar a ouvir que valia mais ser Espanhol! Será que tenho que continuar a ouvir noticias dizerem que os impostos são mais aqui e ali e que vão aumentar? Até os estrangeiros que visitam o nosso país se admiram como não nos pronunciamos contra as inúmeras medidas ilógicas e injustas.
Mas será que se tantas pessoas gerem este país, ganhando milhões e milhões de euros, não existirá uma gestão correcta dos dinheiros públicos e do país?
Estou a ficar cansado de tanta demagogia, de tantas mentiras. Apetecia-me ir embora, fazer aquilo que milhares tem feito. Ir embora.
Eu também jurei defender a pátria, eu também sou dos que pensam que somos uma nação e não um país. Mas custa-me cada vez mais o estado das coisas na nação do Camões, do Afonso Henriques, sim que ele teve coragem para o fazer, ele não teve nada a culpa de não sermos Espanhóis, os outros é que não souberam administrar e gerir um país maravilhoso como o temos descrito em Torga.
Não sei porquê, mas deve ser complicado ser justo, recto, sóbrio, competente na gestão deste país. Se calhar, como se ouve, todos dizem o mesmo, todos são iguais e se fosses para lá era igual. Raios!
Será que isto não é país que se endireite? Será que só serve para futebóis. Não quero acreditar que só servimos para a bola e telenovelas.

Começo a ficar vencido como o Eça, começo a achar que isto afinal está como estava no século XIX ou pior ainda. Só a tecnologia mudou e isso porque os outros a inventaram, será!?
Empresário se for médio/grande (médio/ grande mas de cá), foge não cumpre, se for pequeno comem-no vivo. Se for político cria cola, como se o tacho tenha que ferver ao lume, sempre alimentando mais e mais para perdurar, é esse o pensamento do dura e dura e dura. Ser funcionário público nestes tempos que vivemos, é corja, é o grande problema do país. Dá-me uma certa vontade de rir o facto de, ainda, não se ter percebido que quem vai gastando algum dinheiro neste país são mesmo os funcionários públicos. São estes que circulam passeando, que comem em restaurantes, que fazem férias no Algarve ou na costa portuguesa, que movimentam saldos das lojas e feiras, que vão investindo em carros e em imobiliário (pouco).
Os pequenos empresários, não têm tempo para estas coisas, têm que trabalhar, os grandes vão para o estrangeiro com o dinheiro que não pagam de impostos. Os políticos, esses gastam o que podem e o que não podem, sem serem responsabilizados (encobrindo-se uns aos outros), para a tal cola da cadeira do poder.
Gostava que alguém me explicasse como se sai desta conjuntura que temos, de uma forma (da tal democracia), justa e equilibrada.
Como ..., ?
Respondem os peritos,: a exportar.
Perdoem-me a ignorância, mas exportar o quê?
O que se pode exportar e concorrer lá fora em outros países?
Até os países do Leste já nos passaram. Quando ouvi dizer que a comunidade ia ser aumentada, disse logo, interessante, como estamos em último só serve para ter mais lugares para descer. (infelizmente parece que tem sido verdade)

Da Ásia? Não se concorre com tais países.
Podíamos ir pelo turismo. Parece que sim, é a aposta.
Bem, talvez com rigor e competência, talvez seja um dos caminhos.
Mas é exigente. Só os melhores vingam nesse sector. E não se pode facilitar. É um sector com altos e baixos. É por modas! Será que isso suporta, por si só um país? Talvez sim, mas não com os empregados de mesa (e outros profissionais do sector) que temos na maior parte das Unidades Hoteleiras e Similares.
Apesar de se ter investido muito em Formação nesse sector, continuam a prestar um mau serviço a nível nacional. Não é com estas fiscalizações a que, presentemente, assistimos, completamente cegas, sem rei nem roque, que se dá essa boa imagem do sector, nomeadamente no estrangeiro (que é muito melindroso), onde está o mercado que mais interessa captar, é necessário regular o sector, claro que sim, mas sem o impacto negativo de tantas Televisões e Meios de Comunicação em cima.
Interessante é também saber que no estrangeiro os portugueses são dos melhores trabalhadores, competentes e muito profissionais, obtendo um nível de produtividade e de sucesso altíssimos. Em casa não o conseguem.
O que precisamos é de umas boas “donas de casa”, que administrem isto. Mas o caminho parece ser o das ditaduras, das vontades, do quero, posso e mando, à minha maneira. Julgo que Portugal caminha a passos largos para um sistema de ditadura ou perto dela. Este pensamento mais uma vez, vale pelo que vale, mas parece-me que o povo está muito calado, consente que seja prejudicado constantemente e não reage. Nota-se em alguns governos do pós 25 de abril de ’74, isso mesmo, leis que tendem a não ser democráticas, uma falta de reajustamento social, de redistribuição da riqueza, em detrimento de sector económico, das contas dos défices, e parece-me que na realidade vai valendo tudo, incluindo o tal “défice democrático”.
Para este estado de coisas existe no entanto possibilidade de apresentar pelo menos uma razão: num século, a mudança foi tremenda em todo o mundo.

Em Portugal passou-se do oito para o oitenta. Muitos dos homens válidos que existiam em vários sectores do antes do 25 de Abril, foram arredados para prateleiras. Tomaram o poder alguns que estariam menos preparados, iniciou-se então, alternadamente, 30 anos de Governos, que fizeram inúmeras asneiras (as Democracias realmente são caras). Claro que é complicado falar disso mesmo, porque muitos dos que hoje têm 50 ou 60 anos, na altura tinham 20 ou 25, eram jovens. Mas hoje ocupam cargos ligados a Empresas Públicas, aos mass média, ao futebol, à política, a empresas privadas que receberam inúmeros subsídios, enfim, até vêem os problemas mas preferem escondê-los para que não se fale nessas mazelas e também porque sabem a culpa que tiveram no estado de coisas. Entende-se o estratagema, que aliás já não é novo, já era usado há mais de 2000 anos pelos Romanos e Gregos.
Esquecem-se é de uma coisa. É que essa tal democracia que lhes deu essa oportunidade de serem gestores da “cousa publica”, também deu a oportunidade ao filho do Zé e do Manel, da Maria e da Jacinta de irem estudar e não serem tapados. Se uma pessoa é competente para umas coisas também o é para outras, nomeadamente para pensar, e isso é que representa um grande perigo para quem verdadeiramente lá no fundo não aceita a Democracia.
Quantos e quantos são os que sofrem ao verem as coisas tal como estão, outros não querem saber ignorando propositadamente para possivelmente não sentirem vergonha de ser Portugueses, resignado-se apenas, ficando castrados e tolhidos de poderem falar, receando as represálias que daí podem advir, num país que não é a sério e onde a liberdade ainda por vezes só tem sentido, para muitos, no pensamento.
Os ventos de mudança foram bons para alguns. Como em tudo, alguém se aproveitou. Mais de um século depois de Eça o ter escrito, ainda está de pé e bem actual! “Ordinariamente todos os Ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesias e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises. Não têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o Estadista. É assim que há muito tempo em Portugal são regidos os destinos políticos. Política de acaso, política de compadrio, política de expediente. País governado ao acaso, governado por vaidades e por interesses, por especulação e corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência?” (Eça de Queiroz, 1867 in “O Distrito de Évora”)

A inveja, - coisa comum a que nos habituamos, - continua a proliferar! Coisa de países pobres e subdesenvolvidos. Se contasse para o crescimento económico de certeza que nos colocaria entre os países mais desenvolvidos do mundo.
Anda-se a pedir contenção, mas os nossos Governantes e Responsáveis continuam a possuir automóveis de preços exorbitantes. Quando se deslocam vão com inúmeras viaturas a sinalizar as suas viagens, nomeadamente motas e mais automóveis. É necessário isso? Será que essas despesas têm mesmo que ser feitas? O Governante é menos por não levar tanto espectáculo despesista? Julgo que não, até seria mais bem visto. Tudo, no entanto, deve ser feito à Grande e à Americana! É o “Sistema”, há quem o diga! É o modelo Ocidental! É assim que os outros fazem! Fica-se admirado com este tipo de respostas. Portugal compara-se a esses países? Podia-se comparar é verdade, se tivesse tido uma boa gestão nas últimas décadas, ... mas não teve!

País pequeno, em território e em população. Maravilhoso em tantas e tantas outras coisas! É assim esta Pátria Lusa onde nasci. Foi aqui que se fizeram tantas e tantas maravilhas, testemunhadas pelo nosso grande Livro Histórico. Não entendo a dificuldade de endireitar isto e só me dá vontade de, à boa maneira antiga, “agarrar” numa grande vassoura e correr todos esses oportunistas que estragam um país que, não sendo rico, poderia com uma boa gestão e bem administrado ser “um canteiro de flores à beira mar plantado” como o diz o poeta!
É lógico que muito dos que estão a estragar todo esse canteiro, julgam-se bons jardineiros e lá no seu pensamento, muitos deles pensarão que estão a fazer o melhor, outros devem pensar, que se “lixe” a taça e quem vier depois “que feche a porta”! Haverá de tudo, pois claro.

Será um ciclo? Será Conjuntural?
Parece-me, sinceramente, que estamos neste momento a começar a pagar as facturas de uma geração que esbanjou, que estragou muito do que devia ter racionalizado, poupado, administrado! Pior, transmitiu às novas gerações o mesmo sintoma despesista, de esbanjamento. Parece que os livros estão a ser passados de uns para os outros e todos aprendem pela mesma cartilha.

Vai-se voltar às casas de renda, ao porquito no quintal e às aves de capoeira, pois é! Mas agora pior! As leis não o protegem! Pelo contrário, agora é difícil ter o tal porquito a vaquita ou a cabrita, nem os patos e os galináceos escapam! Ficou pior a tal economia de subsistência, porque nunca se sabe quando não chega o agente sanitário ou outro qualquer policial a dizer que não pode ter isto, nem aquilo, sem ter as tais condições ideais.
Quanto à previsão, não estou a ver como se sairá da crise. Com os salários e os lucros de alguns empresários, baixos, a economia geral no país tende a regredir.
Todos deviam ganhar mais e não insistir numa política de baixos salários. Ganha-se mais, gasta-se mais, e investe-se mais. Mas não à custa de “despejar” cá fora dinheiro a Crédito, para encher a “barriga” choruda dos Bancos, mas antes com desempenho e acompanhando uma produtividade melhorada para que a riqueza gerada seja, de facto sustentada.

Depois, vêm também os que nada sabem fazer, os incompetentes, sim porque também os há, … e se há! É tão fácil singrar neste país, … Se tem o dom da bola, está no país certo. Se não tem, pode sempre falar dela! Se não presta mesmo para isso, serve de capacho, ou então, se é Dr. ou Eng.º (o que no nosso país de vaidades é muito respeitado), como não quer vergar a “mola”, “alista-se” num aparelho partidário e está “empregado” (porque de outra forma só nas caixas do supermercado)!
O aparelho sustenta o “gajo”! Não pode dizer mal do Chefe, se não leva em cheio “uma porrada” que é para aprender, é um método eficaz que dá muito certo por cá! Se não está a dar certo e ainda continua, leva mais uma “porrada” ou duas, e, se mesmo assim é insubordinado e anda para aí a dizer coisas, persegue-se a família do gajo para ele ver onde é o lugar dele, pois! Quem pensa ele que é?
Sistema democrático e valente, este!
Democracia, que grande palavrão! A ditadura era dantes, agora já não há! Pois … Então é assim: A Democracia é mais ou menos o Governo do Povo. É um sistema político fundado no princípio de que a autoridade emana do povo (conjunto de cidadãos) e é exercida por ele ao investir o poder soberano através de eleições periódicas livres e no princípio da distribuição equitativa do poder. É uma Sociedade que garante a liberdade de associação e de expressão e na qual não existem distinções ou privilégios de Classes hereditárias ou arbitrários.
No entanto julgo que na opinião de alguns “pastores deste rebanho nacional” se diga: “ei ó pá não pode ser, senão era uma anarquia, isso é que era bom, tem que se controlar a “carneirada”, então? Não se pode dar muita liberdade, isso é que era bom!

É só demagogia, e assim sendo, era preferível uma Monarquia como têm os nossos vizinhos Espanhóis e outros países da Europa (por sinal alguns possuem uma pequena dimensão). Sempre se acentuava mais o “amor próprio da pátria”, sempre se protegiam mais a Cultura e as Artes, sempre se cultivava melhor o ser Português, sempre se teria mais peso nos países de Expressão Portuguesa, talvez até se gastasse menos.
Julgo que no estado deste quadro nacional qualquer medida de fundo é boa. Mas é preciso que se tome o xarope, que se ponha o país de quarentena durante alguns anos, a fim de o tratamento ser eficaz. Mas não assim, “às três pancadas”, e de um ano para o outro. Se o estado do país está mal, as reformas não deviam ser realizadas a curto prazo, a um ano, dois ou três anos, mas em sete ou dez, para que seja gradual. Se um tecido está velho não adianta fazer um bordado novo! E se as medidas forem feitas num curto espaço de tempo, rolam muitas cabeças, nomeadamente, dos mais pobres e da tal “desgraçada” Classe Média.
É um desabafo meu, pois é, mas julgo que sou um cidadão, de um país livre (apesar de às vezes ter dúvidas), que gostaria de ver mais empreendedores, mais rigor, mais justiça, mais equilíbrio, mais vontade de fazer de Portugal um país a sério.
Possivelmente, nunca verei isso. Com os anos vamos “amolecendo” vamos ficando mais acomodados, o que é pena. Não foi a geração de Abril que colocou Portugal nos primeiros lugares desta Europa, como o fizeram os nossos vizinhos Espanhóis. Não será a minha, porque eu penso que estão a aprender com os livros do desenrasque e do salve-se quem puder. Será a dos meus filhos ou netos? Ou será que não chegará até estes? É, ... comodamente, se começarem a tirar muito do que os Portugueses têm - e não é preciso ser muito, - o baixo nível de vida, do carrito, da casita de um dinheirito de férias, e do “tá-se bem”, aí todos vão dizer, do mal o menos a tábua de salvação é juntarmo-nos à Espanha e várias razões vão fazer acreditar que será o melhor ou até uma Confederação Europeia.

E quando não tivermos mais recurso, à boa maneira de outras vezes, vamos criar novas ideias que nos sustentem, ou seja vendemo-nos, pois então. E os aparelhos partidários irão gostar da ideia, desde que lhe criem uns lugarzitos, está tudo bem.
Muito mais se poderia dizer desde país maravilhoso, de um reino dos Algarves ou de Trás – os – Montes, de Torga. Mas enquanto, se fizerem “festas de quintal”, convidando os amigos e não se tiver dinheiro para o sustento diário, seremos sempre o “país do faz de conta”. Em Portugal, chega-se atrasado (os tais 10 minutos ou quarto de hora académico), as obras, nomeadamente as públicas, não têm rigor nos calendários, nem nos custos, dando um mau exemplo ao sector privado, aliás em muitas coisas o sector privado é que ensina o sector público. Melhor ainda, o Estado regulamenta as medidas, mas não cumpre, no entanto, exige ao sector privado que cumpra. Veja-se o caso do ambiente, os transportes públicos são os mais poluentes, no sector privado tem que se cumprir sob pena de pesadas multas.

Quando os nossos governantes, que muito vão sabendo de cousas ditas de muito interesse, quiserem na realidade fazer algo pelo nosso país, decidam-se a pensar quando leram um livro pela última vez! Depois, fica o convite de lerem ou relerem (sim porque alguns também lêem/poucos), calmamente (asseguro que não é maçudo/ isto porque os nossos governantes não tem tempo para essas cousas e tudo lhes dá muita seca), o livro de Portugal de Torga, devagar, devagarinho, lavrando também eles página a página, os reinos maravilhosos de um Homem Português de sete costados, que era e será sempre um Português por inteiro e não a soldo ou do faz de conta.
Alguém muito mais habilitado do que eu, fará a História do Pós 25 de Abril de ’74. Não os que hoje têm 50 ou 60 anos porque, inevitavelmente, ponho em dúvida a sua imparcialidade, mas outros mais jovens que não terão problemas de “cortar a direito”.

Numa altura da minha vida, em que já tive o privilégio de ouvir e falar, inúmeras pessoas, de vários sectores da Sociedade Portuguesa, desde Políticos de Vários Partidos, de Grandes, Médios e Pequenos Empresários, de Professores Universitários, Religiosos, Monárquicos, Directores e Presidentes de Associações e Fundações, Empresários e Administradores Espanhóis e Franceses, de pessoas com empregos que valem o que valem, amigos e conhecidos, e tantas tantas conversas que nos ficaram, continuo a não entender porque todos dizem o mesmo. Todos têm mais ou menos a mesma ideia sobre o estado deste país, mas ... nada se faz para que Portugal passe a ser um País realmente a Sério!

Pedro Santos, na Casa da Lomba d’ Aboreira® em 5 de Março de 2007