aboreira scriptorium

É pretensão deste espaço, ser um depósito de ideias, tónica de pensamentos do seu autor, sobre a actualidade em geral e com especial incidência em várias Culturas, no Turismo, no Património e na Gastronomia, em Vila Nova de Poiares, na Região das Beiras/ Portugal e no Mundo. Pedro Carvalho Santos, pensou-o ... e o fez ...

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quinta-feira, maio 27, 2010

Interpretar alguns passos da História - Historiando livremente

Fim da Monarquia – Implantação de “Repúblicas”

Sinto por vezes que a memória deste país é curta!
Presentemente não estamos a progredir e a melhorar conhecimento nenhum para as gerações vindoiras, antes num patamar de areias movediças, que originam revoltas e revoluções ciclicamente e de tempos a tempos, como a História soberana de todas as coisas costuma ditar.
O ensino de novas gerações, pilar número 1 de um país, está viciado pelo números, fraco e de má qualidade, cria uma geração de frustados, em que se adivinha o resultado e a sua fraca produtividade no futuro. A cultura que é o que vai ficar, mudando mentalidades, simplesmente não tem evoluído!
Os argumentos são geralmente os que convém a quem está no poder ou pretende chegar a ele e de uma forma egoísta e “tinhosa” numa atitude de interesses e promoção pessoal, não da “tal causa pública de Oitocentos”.
Começo às vezes a pensar como um determinado grupo de Oitocentos, “um vencido da vida”!

A Republica foi o regime aclamado em 1910. Para isso contribuíram principalmente alguns “chavões” dos Republicanos e dos “movimentos paralelos que a promoviam” (de que não vou falar) e desses tempos conturbados só me consigo afirmar em um – BANCARROTA! Esse era o grande “chavão” para passar de uma Monarquia para uma República!

Nessa altura o descontentamento da população crescia. Para pagar as obras públicas, o Governo contraia dividas, aumentava impostos e o custo de vida subia.
Os pobres estavam mais pobres e os ricos cada vez mais ricos. A esta situação agravou o Ultimato de Inglaterra em 1890.

Eça nos Maias afirmava: “Varrer a Monarquia”. (parece-me que hoje se formos “justos” teremos pelos mesmos motivos que Varrer a República!)

As Revoluções do século passado, de 1910 e 1974 tiveram motivações sociais e económicas entre outros, que rapidamente se esqueceram. As Constituições que saíram destas, imediatas aos momentos, que se queriam justas, foram-se ao longo do tempo moldando aos interesses de “alguns” viciando o espirito da verdadeira democracia (que já ponho em causa se existe).

Contentemo-nos com o facto da História se repetir, ser cíclica, implacável no que fica, para o bem e para o mau!

Veja-mos:
Revolução de 5 de Outubro, criado um governo provisório, presidido pelo Dr. Teófilo Braga, bandeira vermelha e verde, o hino "A Portuguesa".
Em 28 de 1911 realizaram-se eleições para a Assembleia Constituinte que tinha como missão elaborar uma nova Constituição.
Dados: 1911, 70% da população portuguesa era analfabeta. Portugal precisava de trabalhadores mais instruídos e capazes de acompanhar a evolução das técnicas. Os governos republicanos vão tomar medidas para melhorar a instrução dos portugueses: criaram o ensino infantil para crianças dos 4 aos 7 anos; tornaram o ensino primário obrigatório e gratuito para as crianças entre os 7 e os 10 anos; criaram novas escolas do ensino primário e técnico (escolas agrícolas, comerciais e industriais); fundaram "escolas normais" destinadas a formar professores primários; criaram Institutos Superiores de ensino técnico; criaram as Universidades de Lisboa e Porto e reformam a de Coimbra.

Os trabalhadores, nomeadamente os operários, tinham condições de vida muito difíceis: salários baixos, horário de trabalho com muitas horas diárias, más condições de higiene e segurança no trabalho. As crianças mais pobres fartavam-se de trabalhar para ajudarem a família. Os Republicanos defendiam o direito ao trabalho e à justiça social.
Por isso vão tomar medidas para defender os trabalhadores: em 1910 foi decretado o direito à greve; em 1911 estabeleceu-se a obrigatoriedade de um dia de descanso semanal; em 1911 foi publicado o primeiro regulamento das 8 horas de trabalho diário; em 1913 foi publicada uma lei sobre acidentes de trabalho, responsabilizando os patrões; em 1919 foi estabelecido em todo o país o horário de 8 horas diárias; em 1919, passou-se a exigir o seguro social obrigatório para situações de doença, invalidez, velhice e sobrevivência.
Em 1914, os sindicatos uniram-se e surgiu a União Operária Nacional, mais tarde (1919) Confederação Geral do Trabalho. A mobilização dos trabalhadores para as greves era grande; algumas estendiam-se a todo o país - greves gerais.

No entanto estas medidas do inicio da Republica e que hoje parecem estar novamente em causa, não deram estabilidade ao país!

A 1ª República (que vigorou entre 1910 e 1926) caracterizou-se por uma grande instabilidade: os governos republicanos não obtinham maiorias absolutas e, por isso, caíam com muita facilidade e frequência, por vezes por motivos mínimos; a duração média dos governos foi de três a seis meses (chegou a haver um governo que apenas durou dez dias!) as greves eram constantes.
Esta instabilidade social e política foi agravada em 1914, com a 1ª Guerra Mundial. O conflito que opôs a Grã-Bretanha à Alemanha e que envolveu vários países europeus, 1914/1918.
Portugal, para garantir os seus territórios em África, apoiou a Grã-Bretanha que venceu a Alemanha. (no entanto foi contra esta quando do mapa – cor – de rosa, por interesses contra a Monarquia)
O país conseguiu manter as colónias africanas mas a situação económica e social agravou-se: morreram milhares de soldados portugueses; o desemprego aumentou; os preços subiram; faltavam alimentos; o país endividou-se.
Nem tudo foi mau: A primeira travessia aérea do Atlântico Sul foi concluída com sucesso pelos aviadores portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral, em 1922, no contexto das comemorações do Primeiro Centenário da Independência do Brasil. Também nesta altura, Brito Pais e Sarmento Beires fizeram a primeira viagem aérea Portugal - Macau. Sem apoios oficiais, adquiriram um Breguet, do tempo da guerra, a que deram o nome de PÁTRIA, inscrito no verso de Camões "Esta é a ditosa Pátria minha amada". Decidiram partir de Milfontes aproveitando a extensa planície dos Coitos, para a longa corrida do Breguet, com carga máxima, ergueram-se no ar rumo a Macau na manhã nevoenta de 7 de Abril de 1924.
A instabilidade política e a grave situação social e económica conduziram a um descontentamento generalizado.
Começou a ganhar força a ideia de que era preciso "pôr o país em ordem".

Apenas meia dúzia de notas históricas para não cansar e já dá para questionar!

Bancarrota, Dividas Externas em 1910, 1.ª Republica um desastre, Ditadura, 3.ª Republica (últimos 30/40 anos) e vê-se o resultado.

"As pessoas precisam de entender que estão a ser burladas.
O País não pode continuar a ser dirigido por trafulhas..."
(Dr. Medina Carreira)

Um dia que não sei se chegarei a ver tenho para mim que um qualquer responsável político ou com funções de responsabilidade num país dito desenvolvido, será enaltecido por não fazer “coisas”, “obra”!
Fazer a endividar desenfreadamente, inconscientemente, um país, com o “Chavão” do Progresso e Desenvolvimento, com endividamentos incontroláveis (feitos com contabilidade para dar “certo”), não irá merecer crédito do povo, não deve ser aplaudido, não merece ter louros, mas sim a reprovação de todos.
A gestão deve ser equilibrada e ter-se a noção de bem fazer mas de acordo com os recursos e isso deve ser valorizado. Fazer por fazer, para auto promoção pessoal e deixar as finanças publicas numa situação aflitiva com o “chavão” desse desenvolvimento e progresso devia até ser punido.
Julgo que os políticos, nossos governantes e os que pretendem aceder a estas cadeiras, devem ter alguma formação nomeadamente em três áreas: História, Economia e Gestão. A primeira porque como a História se repete aprende-se com o conhecimento do passado, a segunda como é obvio pelo conhecimento da economia e ainda o saber gerir. (por vezes não chega esses senhores terem Acessores e Técnicos se não os ouvem.)
Os responsáveis são bem vistos por fazer “coisas” e fazer obra. Hoje todos tem ideias. E não é necessário, basta plagiar o que os outros fizeram e melhorar algo. Mais interessante do que apresentar ideias e projectos, no meu entender è gerir os recursos que se tem.
Fico também por vezes na duvida se estes responsáveis da “coisa pública” o fazem para o bem público e comum, ou se, em auto-beneficio, para defenderem o seu lugar e a sua cadeira.

Disse.