primeiro de Maio
O primeiro de Maio grosso modo tem a importância das lutas de quem trabalha. Redução de horário de trabalho para as “celebres” 8 Horas e melhores condições de trabalho em geral. (8 horas de Trabalho, 8 horas de Lazer/Casa/Família/ Estudo ou Formação e 8 horas para Descansar)
Muitas destas “lutas” sociais tiveram lugar no século XIX, nomeadamente da classe operária despontada da Revolução Industrial. É difícil para alguns comentar ou perceberem estas lutas sociais. São novos, as matérias de História são pesadas!! ... Mas a verdade é que, se pegarem num qualquer compendio do 10.º ou 11.º ano de escolaridade tem alguma informação sobre a exploração “capitalista desenfreada” do século XIX e inicio do século XX. (As 15 ou 16 horas de trabalho diárias que se faziam e infelizmente ainda se fazem em muitos locais do mundo)
Neste espaço que se quer de leitura fácil não comentamos outras questões mais sensíveis, mas recorde-se apenas o incidente de 1887 nos Estados Unidos da América “Os Mártires de Chicago” onde foram torturados (8 trabalhadores) e condenados à morte (4) por terem desafiado os senhores do Capital a titulo de “exemplo” para os outros (semelhante a tudo quanto é prepotência e ditadura/ gostam muito de reprimir com base no “exemplo para os outros”/ já na Idade Média se fazia o mesmo na Praça Pública, nos Pelourinhos a bem de “Servir de Exemplo”!)
Criou-se e explorou-se então os ideias socialistas e sociais – democratas (busca de harmonia social), já para não falar nos ideias de esquerda, de que não vale nem queremos aprofundar por talvez estarem desajustados.
Mas só a titulo de curiosidade, na base do pensamento, temos um “pai” comum Karl Marx. Este realmente foi quem “buscou” acabar com as desigualdades sociais (claro que sabemos que é utópico)! Na socialdemocracia também ela com raiz neste Filosofo assim como em Friedrich Engels e Karl Kaustsky , buscava-se grosso modo o mesmo e digamos que tinha como finalidade estabelecer o comunismo ou socialismo por uma revolução pacífica e democrática. (Era o que inicialmente se defendia.)
Hoje sinto que a maior parte da população portuguesa, associa este dia aos Sindicatos aos Partidos de Esquerda e aos Reaccionários. Se o é, não devia ser!
Noto no entanto algo interessante e penso que seja conjectural. Fala-se no nosso país pouco no 1.º de Maio e muito no 25 de Abril. Talvez seja lógico! ... ou talvez não!
O 1.º de Maio talvez seja incomodo, defende valores que se conseguiram depois do 25 de Abril para quem trabalha por conta de outrem. Tem expressão mundial, nomeadamente na América e Europa. Defende as tais 8 Horas de trabalho!!!!!!
O 25 de Abril é nacional, defende “talvez” a democracia em que vivemos do sistema oprimido anterior. Alguém muito melhor que eu fará as analises que começam a urgir fazer sobre esta “Revolução Nacional” que substituiu Grupos Económicos por outros Grupos Económicos, Policias Especiais por outras Policias Especiais, que concedeu privilégios a uma dada Classe Política (socialistas e sociaisdemocratas), que substituiu a anterior, ... enfim que teve a duração de apenas 30 anos (ou seja para quem a fez)! Sim porque agora começamos a pagar. Digamos que talvez tenha sido uma Revolução de Cravos feita para uma “geração” não para melhorar as outras vindouras! Essas já começaram a pagar.
Claro que será conjectural e não passará da 2.ª ou 3.ª Geração sem haver outra «Revolução» esperemos que sem cravos mas com rosas, que sempre teem os espinhos do trabalho antes de chegar à estabilidade sustentada à tal harmonia dos ideais socialistas e sociaisdemocratas.
O 1.º de Maio é incomodo, agora que já se fala em fazer mais que as tais 8 Horas. O 1.º de Maio é complicado porque o que é necessário é trabalhar muito!!!!, ... nos países nórdicos não é preciso trabalhar muitas horas, mas as horas certas e com método, com condições de trabalho, com rigor e competência, mas acima de tudo com profissionalismo. A produtividade não tem haver com o aumento de horas, mas com valores como a estabilidade emocional do trabalhador, a motivação, as condições reais de trabalho e tantos outros que fazem com que o desempenho produza resultados exigentes. Pena é que este discurso não seja interessante e assim em torno das suas capelinhas o 1.º de Maio não tem e passará a ter cada vez menos expressão!
... até um dia como a História sempre dita, ... voltar a ter.
Pedro Santos