aboreira scriptorium

É pretensão deste espaço, ser um depósito de ideias, tónica de pensamentos do seu autor, sobre a actualidade em geral e com especial incidência em várias Culturas, no Turismo, no Património e na Gastronomia, em Vila Nova de Poiares, na Região das Beiras/ Portugal e no Mundo. Pedro Carvalho Santos, pensou-o ... e o fez ...

A minha foto
Nome:
Localização: Vila Nova de Poiares, Coimbra, Portugal

Existo - creio no meu Deus.

terça-feira, janeiro 23, 2007

uma questão de gostar de preto ...

certo dia de Janeiro próximo, ia eu na minha hora de almoço, vestido de preto, cor que realmente gosto, mas que por acaso nesse dia calhou mesmo ser todo da cor da gata farrusca da fada miranda, quando um sujeito meu conhecido pergunta-me:
- já à alguns dias estive para fazer uma pergunta!
- diga, se eu souber!
- morreu-lhe alguém?
- não, respondi eu!
- é que anda sempre vestido de preto!
- Quer dizer morrer, morreu, ... mas não é por isso que me visto de preto, é só porque gosto de preto, só isso!
- (então já mais afastado ainda diz) Há então é anarquista, está bem!
- ..........!!!!!!!!!!!!!!!!!!............................


Bem ser anarquista deverá ser quem é adepto do anarquismo, que é, mais ou menos uma teoria política que preconiza a organização da sociedade sem qualquer governo estabelecido. É fundada principalmente na convicção de que todas as formas de governo interferem na liberdade individual.
Então eu não sou assim, nem defendo essa ideologia! Como tal se calhar deveria deixar de usar roupa preta! Certo? – Errado.
A única ideia que me vem, é que se calhar neste momento e neste país todos somos anarquistas! Será ? Bem todos os dias nos “entram por o bolso dentro”, interferindo na nossa liberdade de viver como um país a sério, como um país desenvolvido, fazendo-nos parecer uns “burros de carga” perante tantos impostos e criando um país de elites e de pobreza.
Epá! Se calhar já arranjei um motivo!
É isso, ando vestido de preto porque estou de luto por o meu país ser um país do faz de conta! Boa! É isso mesmo. E quando me perguntarem porquê, eu digo, ... é por luto do meu país!
Vamos ver o que dirão a seguir! Em principio nada, porque não percebem. Só perceberiam se fosse de Futebol ou Telenovelas, itens Culturais fortes deste país de Camões!
Epá, assim dizendo verdades incomodativas as Elites apelidam-nos logo de anarquistas!
Pois é!

quarta-feira, janeiro 17, 2007

só porque gosto de Torga e pronto ...


só porque gosto de Torga e pronto ...

é verdade, não passava o dia de hoje sem referenciar o meu escritor de eleição! Miguel Torga, pseudónimo literário do Médico Dr. Adolfo Correia da Rocha.
Nasceu no dia 12 de Agosto de 1907 em São Martinho de Anta, na província de Trás – os – Montes, vindo a falecer na cidade dos estudantes a 17 de Janeiro de 1995, fazendo precisamente hoje 12 anos. Autor de inúmeros títulos, teve uma vida e visão da sociedade, que consideramos de relevo e a ponderar pelas gerações vindouras. Descrições e criticas de um Portugal visto por um grande vulto do nosso Património Literário. Venceu o Prémio Literário Camões o mais importante da Losofonia, terá vencido para muitos como nós, o Prémio Nobel.
Apenas hoje conseguimos adquirir o último volume que nos faltava da sua obra, que lemos e relemos com imenso interesse e atenção.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Fontes para contributo da História Local de Vila Nova de Poiares ... romarias, Festa de Nossa Senhora das Necessidades, ...

Sobre as Festas de Nossa Senhora das Necessidades


Em 1898 escrevia-se assim:

“Grandes Festejos em Poiares – Seguindo o compromisso da Confraria da Freguezia de Santo André de Poiares, é no 2.º Domingo d’este mez, dia 14, que teem logar os grandiosos e conhecidos festejos, á milagrosa Virgem Nossa senhora das necessidades, que se venera na sua Capella em Poiares, os quais se entendem aos dias 13 e 15 , com deslumbrantes illuminações e fogo preso e do ar, no arraial, que é vasto e vistoso, pela profissão de barracas que alli se costumam armar.
No dia 14 prega, na Capella, ao Evangelho, e na Igreja, no fim da majestosa, grave e luzente procissão, que da Capella segue para a Egreja, o distincto e bem conhecido orador sagrado, Cónego Alves Mendes.
Em tudo e por tudo, as festas prometem avantajar-se ás dos annos anteriores, para o que o governo da Confraria tem empregado todos os esforços.”


e mais, assim ...

“ Terminaram já os costumados festejos, que anualmente se realizam em honra da Milagrosa Senhora das Necessidades, ... as ornamentações, sofrendo algumas modificações, excederam também as dos anos transactos.
A Procissão da manhã e de tarde foi muito concorrida. De tarde era de efeito grandioso o desfilar da procissão dentro da Vila, onde o brilho de milhares de luzes espargidas de lanternas de variadas côres, se casava a proposito com os tenues reflexos do esconder do sol no acidente.
... Honra e Glória aos dignos mesários da Confraria, que por esta forma enalteceram a sua douta administração e se tornaram credores dos mais rasgados elogios.”



e também assim, ...

“ ... No Domingo 28 teve logar uma reunião dos Irmãos da Confraria do Santissimo da Freguesia de Santo André, para se desdobrar esta Irmandade, creando-se uma nova Irmandade da Senhora das Necessidades, que no futuro tenha a cargo a administração do projectado Hospital. A proposta foi aprovada na mesma occasião se nomeou uma comissão a quem se encarregou a elaboração dos estatutos.”



e no ano seguinte em 1899, assim ...

“Como se sabe, é hoje que em Poiares se realiza esta afamada romaria. Nesta Vila tem passado hoje e hontem em direcção a Vila Vizinha grande quantidade de forasteiros, e por um telegrama que acabamos de receber do nosso presado correspondente de Santo André, sabemos que o fogo e as iluminações d’ontem agradaram sobremaneira apesar das condições do tempo húmido por efeito da trovoada de hontem.
De resto boa musica, boa concorrencia e muita animação como de costume.”

e também, ...

“Nos dias 12, 13 e 14 do corrente realisaram-se em Poiares os Festejos de N. S. Das Necessidades, como tinham sido previamente annunciados.
No dia 12 teve logar o arraial em frente da Capella da senhora, núm local assaz aprasivel e caprixosamente illuminado, estendendo-se a iluminação até á Vila onde se encontrava disposta com muito bom gosto e duma forma nunca vista. Pela dez horas e meia da noite principiou o fogo de artificio elaborado pelo fogueteiro da Risca – Silva, Antonio Carvalho dos Santos, que apresentou algumas peças de gosto e merecimento, apezar de pouco danificadas pela chuva que algumas horas antes tinha caído. Nos intervalos tocou a philarmonica Penellense, so a regencia do sr. João Rodrigues de Deus, algumas peças do seu reportório que agradaram, não só pelo bom gosto e correcto desempenho, como também pela cuidadosa afinação.
No dia 13 pelas dez horas da manha saiu da Igreja Matriz para a Capella a costumada procissão, abrilhantada pela «Irmandade de Nossa senhora das Necessidades» que pela primeira vez assiste a este acto, sendo por isso esta festa e duplo regozijo, pois que fez a inauguração de uma Confraria que tem em vista as mais philantriopicas intenções como se depreende do artigo 3.º dos seus estatutos, aprovados por alvara de 22 de Março de 1896 - «Os fins da Irmandade são: 1.º tratar gratuitamente no Hospital que projecta construir-se, e cuja sustentação ficará a seu cargo, os pobres pela ordem seguinte: primeiro os irmãos, segundo os do concelho de Poiares, 2.º socorrer os irmãos pobres no seu domicilio, quando os meios da Irmandade o permitirem, 3º venerar no seu Hospital a padroeira da Irmandade, 4.º practicar para com os irmãos falecidos os actos de religião n’estes estatutos determinados.
Seguiu-se depois a festa na Capela, que para esse fim estava convenientemente ornamentada, sobresaindo com brilho deslumbrante o lustre de crystal que o dilecto poiarense, Viriato Correia da Costa ofereceu à veneravel padroeira de Poiares, ... A nova Irmandade posta simetricamente em filas, era dirigida pelo dilecto poiarense, dr. Jeronymo a silva, que na ausencia e impossibilidade dos caritativos e benemeritos Juiz e Vice-Juiz, levava a vara de prata oferecida por outro ilecto poiarense, o Ex.mo Sr. António Ferreira do Espirito Santo. O andor da Senhora as Necessidades, ricamente ornamentado, era levado pelos Irmãos da nova Confraria, os quaes também leavam as varas do pallio...
No dia 14 teve lugar a feira anual de nossa Senhora das Necessidades, que apezar do tempo não ser muito favorável, teve grande concorrencia e grande movimento commercial. ...”



As Romarias de antigamente:

Antigamente as Romarias tinham caracteristicas que as tornavam singulares na vida do povo. Os dias de romarias eram de alegria. Toda a gente participava. As ruas eram enfeitadas com fios e balões ficando um clorido admiravel. Quando a tarde começava a cair, um grupo de homens com carros de bois iam acender as velas dos balões ficando as ruas iluminadas. Nesta festa do povo à senhora das Necessidades, as pessoas mantém a tradição de não participarem quando estão de luto, especialmente se são os homens que «partem», as mulheres rezam à Senhora das Necessidades:

“Nossa Senhora das Necessidades
Este ano não vos prometo,
Morreu o meu amorzinho
Ando vestida de Preto.”


Dr. Pedro Santos

um brasão, uma bandeira e um selo ... simbolos de um concelho e de um povo

Brasão: De prata, ao centro duas andorinhas de sua cor em direcções opostas, ladeadas por dois pinheiros bravos de verde frutados, troncados e arrancados de negro. Em chefe realçada a ouro, centra-se uma abelha. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com a legenda a negro Vila nova de Poiares.

Bandeira: Brasão sobre o fundo a verde. Cordão e borlas dos mesmos esmaltes. Haste e lança de Ouro.

Selo: Circular tendo ao centro o brasão sem a indicação de cores e metais, tudo envolvido por dois círculos concêntricos, onde corre a legenda Câmara Municipal de Vila Nova de Poiares. 


Descritivo: 
“As andorinhas são o símbolo da emigração, que voltam á terra onde nasceram para nela criarem os filhos, representadas na sua cor natural. Os pinheiros são de verde, esmalte que denota esperança e fé. As pinhas são de cor natural. Os troncos a e as raízes dos pinheiros são de negro, esmalte que representa a terra e simboliza a firmeza, a honestidade e a cortesia. A Abelha além de representar a agricultura, simboliza a ordem, o trabalho e a disciplina.”

datas de relevo para a História Poyarista

CRONOLOGIA SUMARIA DO CONCELHO DE VILA NOVA DE POIARES
DATAS QUE MARCAM A SUA HISTÓRIA


1836 – No Reinado de D. Maria II nasce o Concelho de Santo André de Poiares.

1850 – Nasce no lugar da Ferreira o Ilustre Poiarense Doutor Daniel de Matos.

1854 – Faleceu com 85 anos o Padre Doutor José Vicente Gomes de Moura.

1855 – São retiradas ao Concelho as Freguesias: Friumes para o Concelho de Penacova, Semide para o Concelho de Miranda do Corvo e parte da Freguesia de Serpins para o Concelho da Lousã.

1866 – Devido a vários jogos de interesses o Concelho é Suprimido.

- É lançada a Primeira Pedra (A Pedra Fundamental) do Edifício Municipal.

1867 – Sob a influencia de José Dias Ferreira o Concelho é Restaurado.

1874 – Funda-se a Filarmónica Fraternidade Poiarense.

1895 – O Concelho de Poiares é Suprimido novamente.

1897 – Na Cidade de Santos do Império do Brasil reúnem-se vários Poiarenses com o fim de angariar fundos para a construção de um Hospital no Concelho de Poiares.

1898 – O Concelho de Poiares é Restaurado definitivamente.

1905 – Por Decreto do Rei Dom Carlos é elevado a categoria de Vila.

1908 – O Reverendo Pároco Manuel dos Santos Petronilho benze a nova Capela de Nossa Senhora das Necessidades.

1921 – Ano em que faleceu o Ilustre Poiarense Doutor Daniel de Matos.

1938 – O Concelho «recebe» as suas Armas Municipais.

1951 – A Expensas do Comendador Bernardo Martins Catarino è inaugurado o Jardim Municipal.

1953 – Da entrada na Vila de Poiares uma Caravana com donativos para o Hospital de Beneficência Poiarense oriunda da Cidade do Porto.

1955 – Grande Desastre da Serra do Carvalho.

1956 – É Inaugurada a Estação de Correios do Concelho.

1957 – Grandes Inaugurações de Inúmeros Melhoramentos no Concelho:
Reparação e Beneficiação do Edifício Municipal – Fontanários(Inauguração do
Depósito Elevado da Ferreira) – Estradas – Caminhos – Escolas.
- É conferido o Titulo de Cidadão Honorário ao Senhor Doutor António de Oliveira Salazar.

1959 – É Fundada a Casa de Trabalho de Nossa Senhora das Necessidades.

1963 – São Inaugurados Melhoramentos no Concelho: Lavadouro da sede do Concelho – Ampliação do Cemitério de São Miguel de Poiares – Vários Edifícios Escolares – Electrificações.
- É conferido ao Engº Eduardo de Arantes e Oliveira, a distinção de Cidadão Honorário do Concelho de Poiares.


1965 – Comemoração do 1º Centenário da Edificação dos Paços do Concelho.

1969 – Visita do Ministro das Obras Publicas ao Concelho.
Vários Melhoramentos - Electrificações – Abastecimento de Água – Estradas – Caminhos Municipais.

– É criada a Escola Preparatória Doutor Daniel de Matos.

1974 – O Concelho de Poiares passa a ter uma Comissão Administrativa devido à Revolução dos Cravos.

1976 – As primeiras Eleições Democráticas em Portugal pós 25 de Abril elegem para a Presidência da Câmara Municipal Jaime Carlos Marta Soares.

1978 – É Inaugurado pelo Ministro da Administração Interna Coronel António Gonçalves Ribeiro o Quartel dos Bombeiros Voluntários.

1982 – O Centro de Bem Estar Infantil de Santo André é Inaugurado pelo Primeiro Ministro Dr. Francisco Pinto Balsemão.

- O Centro de Saúde é Inaugurado pelo Primeiro Ministro Dr. Francisco Pinto Balsemão.

1984 – Faleceu o Dr. Augusto Duarte Henriques Simões.

- O Primeiro Ministro Professor Doutor Carlos Alberto da Mota Pinto Inaugura a Escola C + S Doutor Daniel de Matos.

1985 – Inauguração do Mercado Municipal pelo Ministro de Estado e da Administração Interna Engº Eurico de Melo.

1988 – O Ministro da Presidência e da Justiça Dr. Joaquim Fernando Nogueira Inaugura a 1ª Fase do Edifício Santo André. Instalações: Caixa Geral de Depósitos – Repartição de Finanças – Tesouraria da Fazenda Pública.

– O Centro Educacional da A.P.P.A.C.D.M. é Inaugurado pelo Primeiro Ministro Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva.

- A Área de Formação Profissional da A.P.P.A.C.D.M. é Inaugurada pelo Ministro da Presidência Dr. Joaquim Fernando Nogueira.


1989 – O Posto da G.N.R. é Inaugurado pelo Ministro da Administração Interna Dr. Silveira Godinho.

1990 – O Presidente da Republica Dr. Mário Soares visita o Concelho.

1991 – O Ministro da Justiça Dr. Laborinho Lúcio Inaugura a 2ª Fase do Edifício Santo André. Instalações: Cartório Notarial – Conservatória do Registo Civil – Conservatória do Registo Predial e Comercial.

1992 - A Área de Residência da A.P.P.A.C.D.M. é Inaugurada pelo Secretário de Estado da Segurança Social Dr. Vieira e Castro.


1993 - Grandes Inaugurações no Concelho Presididas pelo Ministro da Presidência Dr. Joaquim Fernando Nogueira : - Inauguração do Pavilhão Polivalente – Inauguração de Escola Primária – Inauguração de Fogos de Habitação Social – Inauguração da 2ª Fase do Quartel dos Bombeiros Voluntários.

1996 – É constituída a Associação de Desenvolvimento Integrado de Poiares, tendo ocupado as suas Instalações na Zona Industrial em 1999.

1998 – É Comemorado o 1º Centenário da Restauração do Concelho.



Dr. Pedro Santos

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Infanto/Juvenil ... é uma história contada para os mais novos!

Era uma vez, ...

O que de mais antigo se conhece acerca de Poiares.

Embora não se conhecendo a sua idade, sabe-se que as suas terras são muito antigas e que parte delas foram doadas por um antigo rei (rei Ordonho das Asturias) ao convento do Lorvão.
Fala-se na existência de uma albergaria em Poiares, no entanto a sua história é pouco conhecida.
Mais antiga que a povoação de Poiares supõe-se que seja a povoação de Arrifana ( Santa Maria), na qual se acredita ter existido uma estalagem. Há muitos, muitos anos a povoação de Arrifana era atravessada por uma estrada romana daí que por lá passasse muita gente. Como se sabe, naquela altura as pessoas andavam a cavalo, a pé ou de burro e demoravam muito tempo a chegar ao seu destino, pelo que tinham de dormir pelo caminho. Pensa-se, então, que seria no lugar de Arrifana que as pessoas ficavam a passar a noite.
Podíamos terminar tentando descobrir de onde vem o nome Poiares, mas a verdade é que ainda ninguém o conseguiu fazer com certeza.

A religião – as igrejas, as festas e as romarias.

Desde que são um povo com identidade própria, os Poiarenses mantiveram uma relação muito próxima com a religião, daí terem construído muitas igrejas e capelas, para adorarem o seu Deus. Daí também serem feitas muitas festas e romarias em honra de diversos Santos. Podemos então tentar conhecer melhor essas capelas e igrejas, essas festas e romarias, as quais ilustram a fé das pessoas de Poiares. Antes de mais, será importante tentarmos perceber o que são romarias, estas não são mais do que peregrinações religiosas feitas a uma igreja, uma capela ou uma ermida, podendo ou não ter uma festa de arraial.
Na freguesia de Santa Maria de Arrifana encontramos a Igreja Paroquial dedicada a Santa Maria. No mês de Agosto, mais propriamente no 4.º Domingo, são as festas desta freguesia.
Em São José das Lavegadas encontramos a Igreja Paroquial dedicada a São José. Ainda nesta freguesia, mas no alto da Serra de São Pedro Dias, encontramos a Capela de São Pedro, que atrai muitos visitantes e devotos.
Na freguesia de São Miguel de Poiares existe também uma Igreja Paroquial, a qual é dedicada a São Miguel, a fé do povo devoto a este Santo reflecte-se nas festas em sua honra realizadas no 1.º Domingo de Setembro.
Ainda em São Miguel de Poiares podemos ver uma capela muito bonita, mas que pertence a uma família e não pode ser visitada por qualquer pessoa. Talvez um dia o venha a ser.
Em Poiares, ou no seu nome antigo Santo André de Poiares, encontramos a bonita Igreja Paroquial dedicada a Santo André. Apesar da devoção dos Poiarenses a este Santo, em sua honra não são realizadas festas nem romarias. A fé dos Poiarenses mostra-se em grande nas festas em honra de Nossa Senhora das Necessidades.
Para além da Igreja Paroquial, é também muito importante em Poiares a capela de Nossa Senhora das Necessidades. Situada um pouco afastada do centro da vila, esta capela encontra-se rodeada por um parque que no mês de Agosto se enche de visitantes e peregrinos que vêm em romaria comemorar as festas em honra da Nossa Senhora das Necessidades.
Como podemos ver, as gentes de Poiares valorizam muito as tradições e assumem-se como um povo muito religioso.

Os monumentos.

Embora as Igrejas e as Capelas possam ser consideradas como monumentos, existem outros elementos neste concelho, aos quais se aplica melhor este nome estamos a falar do Dolmen da Serra de São Pedro Dias, da Ponte Romana de Mucela e do Cruzeiro na Serra do Carvalho.
Há muito, muito tempo, quando os Homens viviam em cavernas e ainda vestiam peles de animais, as pessoas quando morriam não eram enterradas nos cemitérios. Para sepultarem os mortos os Homens desse tempo usavam grandes pedras e construíam algo parecido com uma tenda, onde por baixo colocavam um ou mais mortos. A esse monumento funerário dá-se o nome de Dólmen ou Anta. É um Dólmen, embora muito destruído, que encontramos na Serra de São Pedro Dias.
Em São José de Lavegadas, mais propriamente em Mucela, encontramos vestígios de uma ponte romana. Os Romanos foram um povo muito importante que dominou a Europa. Embora fossem de Itália, sendo o seu berço a cidade de Roma, eles avançaram por toda a Europa à conquista de novos países e povos. Os Romanos eram um povo muito desenvolvido e avançado, com grandes conhecimentos acerca da Arte, da Cultura, das Leis e da construção de cidades. Os Romanos conquistaram outros países através de um exército muito grande e poderoso, para avançarem mais depressa e marcarem os territórios que iam ganhando, dedicavam-se a construir estradas, as chamadas estradas romanas. Em Poiares também passou uma e para que conseguissem atravessar o rio Alva, supõe-se, que os Romanos tenham construído uma ponte em Mucela. No entanto, esta ponte viria a desaparecer tendo sido, mais tarde, construída no mesmo local uma outra ponte pela qual teria passado o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques. Esta ponte viria ainda a ser conhecida por não ter permitido a passagem dos soldados franceses que invadiram Portugal sob as ordens de Napoleão Bonaparte.
Existe ainda um outro monumento em Poiares que é importante conhecermos, trata-se do cruzeiro que foi construído no cimo da Serra do Carvalho. A causa da construção deste cruzeiro é muito triste, resulta de um grande desastre de aviação que aconteceu na Serra do Carvalho. Foi num dia quente de Verão, há cerca de 50 anos atrás, que oito aviões que voavam em comemoração do Dia da Aviação, chocaram com a serra tendo morrido todos os pilotos.

As actividades económicas

A agricultura terá sido, durante muito tempo a principal actividade a que os Poiarenses se dedicaram, para além das diversas culturas produzidas, como os vegetais, as batatas, etc., também os cereais sempre foram importantes. Directamente relacionada com esta actividade está a transformação dos cereais, a moagem do milho e do trigo para a produção de farinha. Aqui é muito importante o papel dos moleiros e dos seus moinhos.
Em Poiares existiram diversos moinhos. Alguns deles recorriam à força da água, através das azenhas colocadas nos rios, as mós eram movidas e assim moíam os cereais. No entanto, a maior parte dos moinhos que existiram (e existem) no concelho eram moinhos de vento. Este tipo de moinho localiza-se no cimo das serras para aproveitar a força do vento que faz mover as velas do moinho levando as mós a moer os cereais. Embora na sua maior parte os moinhos se encontrem destruídos, há pelo menos um que foi recuperado e, mais cedo ou mais tarde, poderá ser visitado. Trata-se do moinho que se encontra nos Terreiros.
Como se sabe, nem tudo aquilo que agricultores produzem é por eles consumido, surgem assim excedentes, ou seja, são alimentos que sobram da agricultura. Antigamente estes alimentos/produtos, como por exemplo, batatas, feijões, ervilhas, etc., que sobravam eram trocados, pelos agricultores, por produtos que não tinham, como por exemplo, sapatos, vestuário, etc. Apareciam assim as trocas comerciais que inicialmente eram feitas troca de produto por produto, mas quando se começou a usar o dinheiro, este passou a ser a moeda de troca. Se hoje conhecemos as lojas onde podemos comprar qualquer produto, antigamente elas não existiam. Quem queria vender ia de terra em terra oferecer os seus produtos nas feiras. As feiras eram os locais principais para a troca comercial, ou seja, para a compra e venda de produtos. A sua importância é tão grande que ainda hoje continuam a ser feitas feiras, todas as semanas, meses, de quinze em quinze dias, etc.
Também em Poiares, quase desde sempre existiu não só uma feira, mas duas. Para além da feira que se realizava todas as semanas, na qual se vendiam os mais variados produtos, existia uma outra, realizada de quinze em quinze dias, onde se vendiam animais de grande porte, como bois. Eram feiras muito importantes que traziam a Poiares muitas pessoas das terras próximas, tal como ainda hoje há muita gente que vem de Penacova e de outras terras, semanalmente, à feira de Poiares.
Hoje, para além da agricultura e do comércio os Poiarenses têm outras actividades. Cada vez mais importante para o crescimento e desenvolvimento do concelho é a indústria. São muitas as pessoas que trabalham nas fabricas que existem em Poiares, produzindo produtos que são vendidos na região, no país e até noutros países.
Muito mais antigo que as fabricas é o artesanato. O artesanato não é mais do que a produção feita a mão de determinados produtos, que são depois vendidos. Do artesanato que é feito em Poiares, podemos salientar a cestaria, que não é mais do que a produção de cestas de verga; os palitos, pelas mãos de algumas senhoras os paus de salgueiro dão origem a palitos normais, a palitos decorados, a palmeiras, canetas, etc.; a olaria, alguns Poiarenses ainda hoje se dedicam a fazer caçoilos, potes, travessas, etc. em barro preto; podemos ainda apontar os tapetes de farrapos, entre outras coisas muito bonitas e importantes para Poiares.

Os Paços do Concelho.

Os Paços do Concelho, são o local onde a Câmara reúne alguns dos seus espaços administrativos (escritórios, gabinetes, repartições públicas), é o espaço onde se encontram as pessoas que mandam na política do concelho.
Os Paços Municipais de Poiares foram construídos há cerca de 140 anos sendo um Edifício muito bonito, um dos mais bonitos do concelho. Este Edifício sofreu várias obras durante estes anos mas mantém o estilo que o viu nascer - “ Tipo Neoclássico “. A Fachada ou Alçado Principal, é em dois pisos, tendo também um Alçado Sul muito bonito, tornando o Edifício simples, mas imponente no local onde se encontra.

O Brasão

O Brasão do Concelho de Vila Nova de Poiares é constituído por armas da Cor de Prata, com duas andorinhas em sentidos opostos de cor negra, ladeadas por dois pinheiros bravos de verde, tendo uma abelha em chefe, sendo coroado por um mural a prata de quatro torres.


Nota final:

Trata-se de um arranjo muito sucinto sobre a história local do concelho de Vila Nova de Poiares, com o fim de servir de base para o estudo da história local por alunos do ensino primário incentivando-lhe o interesse da sua própria Terra.

Dr. Pedro Santos

terras com nome, lugares de encanto, aldeias de nós ...

Abraveia

É seguramente um dos locais mais antigos do concelho. Faz parte da freguesia de Poiares (Santo André). Lugar formado por diversas Casas Abastadas que terão tido origem no século XVI. Delas faz parte a Casa de origem seiscentista onde viveu o Ilustre Poiarense Padre Professor Doutor José Vicente Gomes de Moura. Esta casa foi visitada por Alexandre Herculano nomeadamente a sua Biblioteca, onde se destacava uma cópia da primeira edição dos Lusíadas, hoje pertença da Biblioteca da Universidade de Coimbra.

Algaça

Povoação da Freguesia da Arrifana foi uma das “Varas” concelhias no Antigo Regime. O nome é referido desde antes da nacionalidade Portuguesa, como “Algazala”. É lugar de diversos registos sendo referido em muitos escritos antigos. Localiza-se num dos eixos rodoviários antigos mais importantes do concelho e região. Era zona agrícola de grandes produções, nomeadamente até aos vizinhos lugares de Pereiro(s) e Crasto, terras de forte produção vinícola, donde “saía” o vinho “forte” para assar a Chanfana.

Alveite Grande

Neste lugar da freguesia de São Miguel de Poiares, encontram-se ainda fornos de cal, mostrando a importância económica que esta terra teve para a riqueza da região. Foi também um antigo centro produtor de barros pretos. As mós feitas em pedra vermelha para as azenhas da Região e exportadas para todo o país, assim como as cantarias para as construções, são outros dos atributos desta localidade, no passado. Todos os anos, celebram-se os festejos a São Tiago, o que reúne inúmeros Poiarenses, que vindos de outras terras contribuem para um colorido “pitoresco”!

Carvalho

Este lugar é conhecido nomeadamente, pelo acidente aéreo da década de cinquenta do século XX, existindo um cruzeiro/monumento em memória desse dia trágico. Pertence à freguesia da Arrifana, mas uma parte da povoação também pertence à freguesia de Ceira, concelho de Coimbra. É aqui, que Vila Nova de Poiares e Coimbra se tocam! Desta serra avista-se a linha do horizonte na Figueira da Foz assim como os cumes da Serra da Estrela. O Carvalho é a mais “alta” povoação do concelho de Vila Nova de Poiares.

Casais

O lugar dos Casais faz parte da Freguesia de Arrifana. Conhecido desde tempos antigos é famoso por ser o “berço” concelhio dos cesteiros e artefactos de madeira. Canastras, cestos, arcas de madeira, bancos, entre outros, são alguns dos objectos que podemos encontrar e que se fabricam neste lugar. Esta terra faz fronteira com o concelho de Penacova, pelo lugar do Travasso. É tradição deste lugar fazer a tradicional “Sopa de Casamento”, aproveitamento do “Molho da Chanfana”.

Catraia das Necessidades

É lugar da Freguesia de Poiares (Santo André). A expansão do aglomerado urbano da Vila, sede de Concelho, a Nascente faz-se forçosamente por aqui! Duas construções marcam este lugar, desde finais de Oitocentos e inícios de Novecentos: O Hospital de Beneficência Poiarense e a Capela de Nossa Senhora das Necessidades, padroeira do Concelho. O primeiro, com uma importância deveras notória na primeira metade do século XX e até à década de setenta. A segunda, pela projecção concelhia, em particular das Festas de Nossa Senhora das Necessidades – Festa e Romaria de projecção regional de grande significado para os Poiarenses, sendo uma das maiores festas da região de Coimbra, tanto no passado como no presente.

Ervideira

Os palitos e os artefactos de madeira de choupo são desta localidade que faz parte da Freguesia da Arrifana. Foi deste sítio que, em meados do século passado, saíram rumo ao mundo inúmeros carregamentos dos “palitos dos dentes”, como então eram apelidados, nomeadamente para as colónias portuguesas e para o grande mercado Brasileiro. Mas também se produzem palitos em flor, em pestana, presépios, moinhos de vento, talheres, cadeiras e outras raridades que mais se assemelham a pequenas filigranas de madeira trabalhada.

Ferreira

O lugar da Ferreira pertence à Freguesia de Poiares (Santo André). Foi terra/berço de um Ilustre “Poiarista” em Oitocentos! O Doutor Daniel de Matos foi médico, cirurgião, professor, congressista e orador. Reitor da Universidade de Coimbra, tendo – lhe sido atribuídas condecorações por Portugal e Espanha. Deste último país recebeu as Comendas de Isabel a Católica e da Ordem de Mérito Científico de Afonso XII. A Imprensa apelidava-o de “Glória Nacional”.
Este lugar a Sul da Vila Sede de Concelho, possuí ainda inúmeras construções Oitocentistas, nomeadamente “Casas” do tipo típico “Beirão”, assim como um antigo Grande Seminário, hoje pertença da Irmandade de Nossa Senhora das Necessidades.

Forcado

O lugar do Forcado faz parte da Freguesia de Poiares (Santo André). Foi um dos antigos centros produtores de “barros pretos” do concelho. Este lugar é ainda limítrofe com o concelho da Lousã, particularmente com a freguesia de Serpins. Foi durante séculos também zona de passagem. Inúmeros comerciantes habitavam este povoado que ligava também ele o interior das “Beiras”. Ao nível agrícola possuía diversas casas de lavoura, sendo que ainda hoje se pode testemunhar antigas construções com cantarias de “Pedra Vermelha”.

Louredo

O lugar de Louredo é referido desde antes da nacionalidade Portuguesa como “lauredo”. O próprio Rei Ordonho das Astúrias já alude a este lugar desde o século VIII/XIX. É freguesia da Arrifana e confina com o concelho de Penacova. No século XIX teve importância crucial no tráfego das Beiras. Nessa altura, sem estradas e perante o perigo da circulação destas, o rio teve importante papel, sendo que o tráfego fluvial era intenso desde a Figueira da Foz até ao Porto da Raiva. Louredo tornou-se assim importante Porto Fluvial Regional para grande parte de toda a região das Beiras interior.

Moura Morta

O lugar de Moura Morta faz parte da Freguesia de Lavegadas. Esta povoação com traços iminentemente rurais é um dos registos de aldeia pitoresca junto ao rio Alva. Nesta povoação nasceu em 1917 um homem de grande cultura, pedagogo e jornalista, Dr. Antonino Henriques. Desempenhou diversos cargos ligados ao ensino nomeadamente o de Director da Zona Centro. Foi Autor e Co – Autor de diversos livros didácticos e obteve vários louvores e condecorações, em particular o de Comendador da Ordem da Instrução Pública.

Olho Marinho

Lugar da Freguesia de São Miguel de Poiares, é famoso por ser o último centro produtor de barros pretos do concelho. São aqui concebidos os caçoilos para a Chanfana! Mas não só caçoilos, também assadeiras de diversos tamanhos, cantarinhas de segredo, púcaros, caçoilas, terrinas, bilhas de água, assim como outros artefactos em barro preto. O último oleiro de profissão faleceu à pouco tempo em 2004, o senhor Silvino, que durante uma vida inteira se dedicou a esta “arte” milenar da Olaria. O lugar é limítrofe com o concelho da Lousã.

Pereiro (s)

Existem em “Terras de Poyares” três Pereiros! Pereiro de Cima, Pereiro de Baixo e Pereiro de Além! Estes lugares fazem parte da Freguesia de Poiares (Santo André) sendo que o Pereiro de Cima é da Freguesia de Arrifana. Lugares com registos muito antigos, ficam no meio de antigas “Varas” Setecentistas: Algaça e Arrifana. Terras de grande produção agrícola nomeadamente vinícola, também elas contribuíram para esse prato característico a que damos o nome de Chanfana. Alguns destes vinhos foram medalhados inclusivé no Estrangeiro.

Poiares (Santo André)

Sede de Freguesia e do Concelho de Vila Nova de Poiares. É um dos povoados mais recentes do concelho! Teve a sua notoriedade a partir de 1836, altura em que por Reformas Administrativas nasce o concelho de “Santo André de Poyares”. A Igreja Matriz com indícios de construção no século XVII, os Paços do Concelho, obra de Novecentos, o Jardim Municipal e o traçado da estrada (rua) que a atravessa são características desta, que é a sede concelhia. Também é aqui que se encontram as obras de maior dimensão dos últimos trinta anos, donde se destaca o Edifício dos Bombeiros, da GNR, Escola Secundária, Pavilhões Desportivos, etc.

Ponte Mucela

É lugar da Freguesia de Lavegadas. O lugar de Ponte da Mucela é um dos mais antigos do concelho e limítrofe do concelho de Arganil. A Ponte, que terá dado origem ao lugar, está repleta de “histórias”! Terá sido construída sobre uma Ponte Romana! É uma Ponte Medieval, do tempo do Rei D. Dinis! Foi também um dos cenários das Invasões Francesas, tendo sido demolidos dois dos arcos, dos cinco que a compõem a fim de evitar a passagem dos Invasores. Foi restaurada novamente sendo ainda hoje uma das importantes obras na circulação dos meios rodoviários das Beiras (Litoral e Interior)! É uma das pontes mais activas a atravessar o rio Alva, durante mais de mil anos.

Póvoa da Abraveia

Lugar da Freguesia de Poiares (Santo André) é um dos lugares mais antigos do concelho. Nele encontra-se uma das três casas brasonadas concelhias, sendo que um dos brasões não existe no local, por demolição da construção, ficando a Câmara Municipal como fiel depositária do mesmo. Também nesta povoação se encontram “restos” do que terá sido a “Casa dos Frades da Concha”, registando-se nas cantarias das janelas, datas alusivas ao século XVIII. Esta “Casa” pode ter sido uma das casas religiosas de apoio nas “Rotas de Santiago”, que rumavam das Beiras mais interiores para Coimbra – Sé Velha!

Risca Silva

Lugar da freguesia de Poiares (Santo André). Este povoado a Nascente da “Urbe” de Poiares é berço de inúmeros comerciantes, nomeadamente de gado, que durante séculos negociaram em caprinos, ovinos e bovinos, assim como outro tipo de gado mais pequeno. A certeza da existência de comerciantes que se deslocavam por todas as “Beiras” – Interior e Litoral é constante nesta terra de “Marchantes”! É a terra onde existiam também inúmeros rebanhos de cabras, pelo que ainda hoje é possível encontrar alguns exemplares. A partir deste local eram vendidas as rezes (as cabras adultas e velhas), com a qual se confecciona a deliciosa Chanfana! As Casas ao longo da estradaprincipal possuiam várias portas onde se efectuava algum comércio importnate para o concelho e região. É curioso a linha contínua de construções com algum "porte" junto á estrada, o que também revela a "poupança" do resto das propriedades, quintas, para o cultivo e aproveitamento agrícola.

Santa Maria

Santa Maria é sede de freguesia. Junto a este local encontra-se o lugar da Arrifana. Designa-se também por Santa Maria da Arrifana. É o lugar do concelho com registos mais antigos vindos desde antes da nacionalidade. Verdadeiro berço das “Terras de Poyares”, é onde possuímos os escassos vestígios edificados do passado do concelho. Grande parte da História do Poiares Setecentista passa ou passou por aqui. No interior da Igreja de Santa Maria em “chave”, existe um escudo partido, onde se encontram as armas de Portugal e da Universidade de Coimbra grande senhoria destas “Terras de Poyares”. Ainda podemos observar hoje as ruínas do que terão sido antigas Casas de Câmara, com datas gravadas de antes da fundação do Concelho em 1836.

São Miguel de Poiares

É uma das quatro freguesias do concelho. No século XIX, quando houve a fundação do concelho, foi desanexada das rendas da Universidade de Coimbra. Possui esta povoação uma Igreja Setecentista com duas Torres recuadas da Fachada da Igreja. A casa setecentista que foi da família “Godinho” e a Capela Particular mandada construir por Monsenhor Daniel de Mattos, são lugares classificados do concelho. Terá sido esta casa, antigo Convento ou Mosteiro, nos primeiros séculos da nacionalidade Portuguesa. As piscinas da Fraga, o Parque de Merendas das Medas, assim como a Zona Industrial de Poiares são motivos de visita e paragem obrigatória.

Venda Nova

O lugar da Venda Nova faz parte da Freguesia de São Miguel de Poiares. É terra antiga, referenciada de antes da fundação do concelho em Oitocentos. Terra de passagem, desenvolveu-se sobre a antiga estrada real das “Beiras”. Esta estrada real, ligava a Ponte da Mucela, sobre o rio Alva, até à cidade de Coimbra. Durante séculos foi lugar com fortes ligações agrícolas e comerciais, nomeadamente de passagem das Beiras – Interior e Litoral. Possui uma capela particular em ruínas, que fora de uma antiga casa senhorial.

Vila Chã

O lugar de Vila Chã é pertença da Freguesia de Poiares (Santo André). Foi uma das antigas “Varas” (concelho) do grande Concelho de Coimbra. Possui inúmeros registos escritos e neste lugar existe um “palacete” do século XVIII, verdadeira “joia” arquitectónica no universo de arte concelhia de construções particulares. Esta “Casa” é brasonada, e foi pertença da família dos « Mattos, Ferreiras, Ferrões e Castelos – Brancos, que nestes Reynos são fidalgos de Linhagem, Cotta d’ Armas, e de Solar conhecido ».

actividades poyaristas do antigamente ...

Actividades de outrora, passado distante de um tempo presente.

O Moleiro com o burro e os sacos de farinha, as Mós de pedra do moinho.
O Moleiro vai pelas aldeias recolhendo os taleigos com o sua carroça puxada pelo burro. Recolhe o milho dos agricultores, que mói no seu moinho entregando depois a farinha. O Pagamento da moagem é a retenção por parte do Moleiro de uma percentagem de farinha a que se chama maquia. Este Moleiro veste um fato de calças e colete, camisa e chapéu na cabeça. No Concelho de Poiares aproveitava-se assim a energia eólica sempre disponível pelas serras envolventes. As Mós são afamadas, feitas no concelho por artesãos que extraem a pedra da serra de Alveite e São Pedro Dias.

O Petrolino com a carroça e o macho.
Actividade de grande importância para o concelho, o Petrolino, ou “Pitrolino”, Azeiteiro no Norte, era o comerciante que circulava de terra em terra, geralmente em centros urbanos ou aglomerados populacionais de certa dimensão com a sua carroça e macho. Na carroça levava as bilhas de azeite, sendo característico o “segredo”. No concelho associa-se a representação da migração dos seus habitantes com as andorinhas que fazem parte do brasão do concelho. Estas são as gentes de Poiares que durante anos tinham de andar de terra em terra para angariar o sustento, criando muitas delas verdadeiras fortunas .

A Paliteira
O fabrico dos palitos em flor, perde-se no tempo. As paliteiras para os chamados “ palitos dos dentes ”, tiveram o seu auge na primeira metade do século XX, altura em que se exportou nomeadamente para o Brasil, grande parte do que se produzia (Poiares e Penacova). A actividade (oriunda do Mosteiro de Lorvão), localiza-se no concelho nas povoações de Ervideira e Casais. Deste trabalho derivaram artefactos em miniatura como moinhos de água, cata-ventos, lavadouros, rocas, barcas serranas, palmeiras, talheres e outros. Saliente-se o esforço da mão de obra feminina que sempre quis contribuir para o sustento do lar.

O Oleiro
Característico no Concelho do lugar de Olho Marinho (mas também do Forcado, Alveite Grande e outros lugares), desde tempos antigos. Usando como matéria-prima a argila, misturada é moldada com as mãos numa roda. O aspecto mais relevante é o facto das peças se apresentarem na cor negra que resulta do processo de cozedura (tapa-se o forno abafando-o). Há inúmeras peças produzidas como: Caçoilos, Caçoilas, Cantarinhas de Segredo, Assadeiras, assim como inúmeros objectos decorativos. Estes antigos utensílios eram para uso no dia a dia das cozinhas, provando assim como até esses utensílios podiam substituir as actuais panelas e plásticos.

O Cesteiro
A Acácia, o Castanheiro e o Salgueiro, são algumas das matérias – primas que se utilizam na “fabricação” de cestas e cestos nas mais variadas formas que apoiavam toda a actividade agrícola assim como para a vida domestica. A madeira seca após ser emergida em água é “lavrada” na burra com um podão até ter a espessura desejada, para preparar as tiras de madeira que ai são colocadas e presas por uma alavanca, tudo comandado pelo pé do homem através de um pedal. Com ajuda de uma navalha inicia-se a fabricação de um cesto. Esta actividade localiza-se no concelho nos lugares de Ervideira, Sobreiro e Casais.



O Serrador
Numa região onde a floresta é uma das maiores riquezas, também ela representada no brasão do concelho, o serrador representa a importância dada pela população á preservação da sua floresta, paisagem e ambiente em geral. O Serrador com a sua serra foi também uma das importantes actividades do concelho que através dos tempos em muito contribuiu para a sua riqueza. Era um dos grandes complementos da família a actividade silvicola.

alguns poiarenses que fizeram ...

José Ferreira, Fundou em 1671, em Coimbra, aquela que foi uma das primeiras tipografias que existiram em Portugal. O seu trabalho foi continuado por Bento Seco Ferreira.

Padre Dr. José Vicente Gomes de Moura, Nasceu em Pousadouros, Concelho de Tábua, em 1769, vindo para a Abraveia com apenas sete anos de idade. Homem de Grande Cultura com formação em Humanidades e Teologia, deu lições de latim nos concelhos de Penacova e (Coimbra)/Poiares, sendo em seguida nomeado professor de latim e grego para a Universidade de Coimbra por carta régia de 1802. Autor de um Léxicon Greco-Latino e de várias outras obras de mérito, chegou a receber a visita de Alexandre Herculano. Foi vitima das perseguições Miguelistas, tendo retirado-se de novo para a Abraveia, onde continuou a sua tarefa de pedagogo, encaminhando muitos jovens para a vida eclesiástica. Chegou a ser nomeado coadjutor do Bispo de Viseu, cargo que não aceitou devido à sua idade e à falta de saúde. Morreu em 1854 com 85 anos. Os seus restos mortais jazem na Igreja de Poiares (Santo André) num pequeno monumento (Estela Neoclássica) mandado erigir pelos seus alunos.

Dr. Antonino Ferreira de Lima, Médico, orador, político, jornalista.

Dr. José Joaquim de Sant’Ana Tavares, Advogado, Juiz, Deputado às Cortes, perseguido pelo terror Miguelista. Consta que terá escondido um pequeno tesouro no fundo de um poço.

Padre Dr. Francisco Ferreira de Carvalho, Doutorado em Cânones, foi professor na Universidade de Coimbra. Não consta eu alguma vez tenha reprovado um aluno.

Padre Francisco de Carvalho Lucas, afilhado do anterior. Grande pregador, grande matemático.

Francisco Cardoso, O “Deus Novo”. Viveu, ao que consta, no Séc. XIX. “Benzilhão” de profissão, ao que parece bastante lucrativa, operava curas “milagrosas” e arranjava namorados para as raparigas da terra. Foi preso por bruxaria, pagou a caução e em seguida envenenou-se.

Dr. Daniel de Matos, Nasceu no lugar da Ferreira, na Freguesia de S. Miguel de Poiares, aos 6 de Outubro de 1850. Foi Bacharel em 1874, Licenciado em 1876, doutorando-se em seguida. Foi Médico, Cirurgião, Parteiro, Professor da Faculdade de Medicina onde regeu várias cadeiras com grande brilhantismo. Exerceu vários cargos hospitalares de grande responsabilidade recebendo a admiração de todos pelo seu muito saber e pelo seu sentido ético da prática da Medicina. Foi um dos médicos mais activos na luta contra a Tuberculose, foi um dos primeiros médicos a fazer uso dos Raios X, já em 1896, teve um desempenho notável aquando da epidemia de peste no Porto, em 1899, e de novo em 1918, quando surgiu a gripe pneumónica. Autor de mérito, a ele se deve uma vasta obra de carácter técnico. Foi ainda nomeado Reitor da Universidade de Coimbra através de um despacho de 1911, cargo do qual pediu exoneração, talvez para melhor se dedicar à prática da medicina. Foi Congressista e Orador notável, foi médico particular da Rainha D. Maria Pia, Sidónio Pais, Afonso Costa, António José de Almeida e Brito Camacho. Recebeu várias condecorações portuguesas e espanholas, a Imprensa chamava-lhe “glória nacional”, o seu nome foi dado à rua onde morou, em Coimbra e à Maternidade da Universidade de Coimbra, onde esta o seu busto. Outro busto seu é monumento público em Vila Nova de Poiares, no Largo Dr. Daniel de Matos. Também a Escola Básica e Secundária de Vila Nova de Poiares recebeu o seu nome ilustre.

Dr. Augusto Henriques, Doutor em Teologia. Homem de grande cultura.

Bernardo Martins Catarino, Nasceu em 1861. Emigrou para o Brasil com apenas treze anos de idade. Fez fortuna e veio a ser um benemérito da sua terra.

António Maria Coimbra, Emigrou para o Brasil, fez fortuna e veio a ser um benemérito da sua terra.

Caetano Simões Coelho, Emigrou para o Brasil, fez fortuna e veio a ser um benemérito da sua terra.

Comendador José Joaquim Ferreira, Nasceu na Aldeia Nova em 1842. aos 11 anos emigrou para o Brasil, dedicou-se ao Comercio, foi bafejado pela sorte e fez fortuna. Mais tarde, de visita à sua terra natal, entendeu que era tempo de mandar alargar e calcetar a rua onde se encontrava a casa onde nascera, rua que viria a receber o seu nome. Veio a ser um importante benemérito da sua terra, tendo angariado fundos entre os Poiarenses residentes em S. Paulo, Brasil, para a construção do hospital de poiares, tendo ele próprio financiado uma enfermaria à qual foi dado o nome de S. José.

General João Pedroso de Lima, Nasceu na Aldeia Nova a 29 de Março de 1858, filho de pais muito humildes. Assentou Praça aos dezoito anos mal sabendo ler e escrever, seguiu a carreira das armas. Foi Ministro da Guerra e do Interior no Ministério presidido por Ramos Preto. Recebeu importantes condecorações entre as quais as Grã Cruzes da Ordem de Leopoldo da Bélgica, de Cristo e Aviz e ainda a Torre e Espada com Palma. Ficou solteiro toda a vida, vivendo com duas sobrinhas. Faleceu em Lisboa a 2 de Fevereiro de 1938. Pode bem dizer-se que foi o Poiarense que mais alto subiu por mérito próprio.

Capitão – Mor José de Matos Ferrão Castello Branco e Serra, Fidalgo de linhagem. Grandes qualidades de carácter. Doutorado por Coimbra.

Dr. José Ferreira Seco de Queirós, Estudioso de Direito e Jurisprudência.

Dr. Eugénio de Albuquerque Sanches da Gama, Nasceu em 1864. Foi Comissário da Polícia, Professor, Poeta, mais tarde Advogado, pai e avô de dois ilustres Médicos.

Dr. Sílvio Pélico, Reitor do Liceu José Falcão, Presidente da Câmara Municipal de Coimbra.

Dr. José Maria Dias Ferrão, Nasceu em Vila Chã em 1 de Março de 1874. Formou-se em Direito, foi Governador Civil de Vila Real, Vereador da Câmara Municipal de Lisboa e Deputado, Administrador da Central de Cervejas e Vice – Governador do Crédito Predial. Autor de várias obras interessantes como “João Brandão” e “Alegação Jurídica”, e também de uma curiosa Monografia do Concelho. Colaborou também em numerosoa jornais. Faleceu em Lisboa a 20 de Dezembro de 1943.

Daniel Ferreira de Matos, Exerceu alguns cargos administrativos de relevância.

Capitão de Mar e Guerra, José Afonso Valentim Pedroso de Lima, oficial de carreira, recebeu inúmeras condecorações, incluindo a Legião de Honra. Foi Ajudante de Campo do Marechal Carmona e benemérito do Concelho.

Manuel Leal Júnior, Funcionário dos Correios. Exerceu alguns cargos administrativos com grande dedicação. Dirigiu o Jornal O Concelho de Poiares. Autor de uma monografia do Concelho.

Dr. Antonino Henriques, Homem de grande cultura, pedagogo, jornalista. Fundou várias escolas no Distrito de Coimbra.

Sra. D. Maria Júlia Ferrão Castelo – Branco, A 2 de Fevereiro de 1959, em Vila Nova de Poiares, nasceu a Casa de Trabalho de Nossa Senhora das Necessidades. Uma obra que teve como garnde mentora D. Maria Júlia Ferrão Castelo Branco, a grande benemérita do Concelho. Essa escola era destinada a raparigas do meio rural que acorreram em grande número para aprenderem costura, remendar, passar, fazer peças de vestuário de uso comum, instruções de cozinha, enfermagem e moral. Mas havia mais lições, como bordados “ajour” simples e cruzados, rendas, malhas, tapetes, adorno do lar, decorações, economia e bom gosto. Era uma escola de virtudes, que se iniciou com cerca de 20 raparigas, mas o número aumentou rapidamente para 60, sinónimo do sucesso deste projecto. Na ausência da fundadora, a escola era dirigida por D. Amélia de Carvalho Gândara Leal, que cedeu a sua própria residência para funcionamento da escola. Fundou ainda a Obra da Sopa Infantil, uma prestável Instituição destinada a criar e manter uma cantina que, além d alimentos, fornecia vestuário, livros, assistência médica e medicamentos às crianças pobres de Vila Nova de Poiares.

João António Diniz Pedroso de Lima, Nasceu em Vila Nova de Poiares no dia 8 de Setembro de 1927. Foi funcionário da Caixa Geral de Depósitos em Lisboa, em seguida foi colocado nas Tesourarias da Fazenda Pública em Santa Comba Dão e seguidamente em Coimbra, onde também exerceu funções Camarárias. Foi Tesoureiro da Fazenda Pública em Montalegre, Alvaiázere, S. Pedro do Sul e Portalegre. Aposentado por motivos de saúde, dedicou o resto da sua vida à dinamização da APPACDM, uma Associação que presta apoio às Crianças Deficientes Mentais, nos núcleos de Coimbra, Condeixa, Soure, Arganil, Tábua, Montemor o Velho, Penacova e Vila Nova de Poiares, uma terra pela qual tinha um particular afecto. Faleceu a 3 de Novembro de 1933.

António Gonçalves, Editor, livreiro, homem de cultura, benemérito da terra.